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23 março, 2012

Vida a dois não é novela

Ontem eu fui ao Shopping e jantei com um amigo e batendo papo legal lá e tal a gente falou sobre como a dramaturgia das novelas de hoje está caindo aos pedaços e do quanto as pessoas se deixam manipular, ou melhor, como as pessoas fazem dos modelos da mídia uma pretensão e um objetivo na vida. Foi isso e mais. E conversando com uma colega hoje sobre fim de relacionamentos, tudo isso me rendeu uma boa reflexão pra um texto.

Quando nós, homens e mulheres, estamos sós e nos lançamos em direção à difícil jornada pela busca de nossa metade para compartilharmos uma vida, temos a tendência de criar um perfil que condiz com nossos melhores desejos, crentes de que com base neles a felicidade será garantida e plena. Porém, esses desejos tão comuns, tendem a criar uma legião de decepcionados.

A mídia, com razão, nos bombardeia com um perfil de homens e mulheres que não é compatível com a nossa realidade; essa imagem é composta de um perfil físico, estético, social e financeiro que desperta desejo, criando quase que automaticamente a falsa crença de que este conjunto seja sinônimo de segurança e felicidade.

Infelizmente as pessoas se esquecem de que a felicidade não depende do que acontece ao nosso redor, mas do que acontece dentro de nós. Se nos lembrássemos disso ao buscar alguém para compartilhar uma vida juntos, daríamos mais valor para aquilo de que necessitamos pra ser feliz e não para o que desejamos baseado no que vemos por aí. Se agíssemos assim, estaríamos eliminando parte utópica das relações que vemos retratadas nas novelas, por exemplo.

Seria hipocrisia dizer que a aparência não é importante. É importante. Mas tudo isso é relativo e pessoal demais pra tratar aqui. A gente precisa ser realista. A beleza que fica exposta na TV, nas revistas, na internet, etc. não é a realidade nua e crua. A beleza mesmo é muito complexa; ela deve ser encontrada no conjunto interno-externo.

A vida a dois vai além das aparências. Com a chegada da velhice, a aparência deixa de ser fator importante, e acho que o sexo também já não terá a mesma importância ou pelo menos não a mesma frequência, eu imagino... e aí? O que sustentará a relação? Cabeça, confiança, conteúdo, valores, princípios, alegria, afeto, devoção e todos os muitos outros sentimentos que não são visíveis aos olhos.

A união entre dois seres diferentes é complicada, porque é feita de um constante ceder. Ambos terão que aprender a ceder e conviver e respeitar as diferenças... E as mudanças virão para melhoria da relação, mas a cada um cabe saber quais de suas características são passíveis de mudanças. O que não pode haver é o sufocar com exigências.

Sem nunca, é claro, se esquecer da constante conquista, não diária como muitos dizem, mas eterna. Nunca deixar seu homem ou mulher esquecer o quanto é importante em sua vida.

Como humanos, buscamos coisas novas, melhorias, novidades. O novo gera curiosidade e sempre atrai. Se não tomarmos cuidado, essa atração pela novidade pode se transformar em uma bola de neve. Começa na incapacidade de reconhecer sentimentos e pode acabar gerando uma dificuldade entre diferenciar o amor de uma grande amizade, carinho de carência.

A verdade é que, independente do motivo, quando uma relação chega ao fim ambos saem muito machucados, um mais e outro menos, mas a cada um cabe sua parcela de culpa.

Diferente da ficção propagada pela mídia, o primeiro encontro não é o mais importante. De nada adianta um lindo início com um triste fim.
Você pode conhecer alguém especial na internet, na rua, em uma fila, em qualquer lugar ou situação. E o seu alguém pode ser tudo o que você imaginou, ou pode ser mais baixinho, vir com uma barriguinha a mais, ou menos cabelo, pode ser um alguém totalmente diferente do que você planejou. O importante MESMO será que fim levará este encontro e o quão forte e sincero será isto para permitir uma química eterna, um entrosamento que permitirá que a união seja estável e ultrapasse as tormentas da vida.

Não desista da sua busca. Amor é item raro, mas existe.




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