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10 dezembro, 2013

Não é sobre você. É sobre eu tentando pensar em outras coisas.

Ás vezes, eu acordo no meio da noite para virar o travesseiro de lado, mas aí eu lembro que essa mania era dele e não minha. E faz falta o peso do braço apoiado na minha coxa.. Reaprender a dormir.
Outras vezes, estou cozinhando e me flagro pensando: pimentão ele não come, carne com gordura ele não come, tomate... tem que ter tomate! 
Eu me pego comprando bombom Charge e aquele doce 'pé de moça' só para deixar jogado no fundo da bolsa e agradar ele mais tarde, só que não vai ter outro mais tarde com ele.. 

Parei com torta de frango de padaria.
Eu não compro mais pão de queijo no terminal de ônibus.
Eu não ouço mais aquelas bandas.
Não como mais Yakisoba.
Parei de ir àquela loja e àquele Shopping.
Não recomendo para ninguém aqueles filmes.
Parei de assistir aquele anime antes do fim.
Desaprendi a tomar chá... fazer chá... olhar pro chá.. gostar de chá.

Evito lugares, pessoas e horários. O exterior é fácil. 
O problema são as coisas aqui de dentro. Porque aqui dentro são minhas próprias fotografias, filmes, sensações, sentidos, experiências, memórias e lembranças. Não dá para superar boas lembranças. E foram muitas. Alegria é imperdoável.
E essas pequenas coisas vão acontecendo, vão acumulando e eu me pergunto se nunca vão perder o sentido...  Tempo!
Afinidade e cumplicidade assim não se encontra em outro canto qualquer, não aparece tão de repente como aconteceu com a gente. E é difícil. Como se perde lembrança? Esquecer é isso.. largar a lembrança por aí e esquecer ela de vez... Mas o cérebro funciona assim: para esquecer é preciso não lembrar. Se a gente insiste em esquecer, tá lembrando... Entende a loucura?

Refletir sobre o fim deveria dar espaço para um entendimento pessoal de que é possível seguir em frente. Mas isso não quer dizer que quero novos lugares, novos filmes, novas manias... Só quero ficar quieta e sentir o que eu tiver que sentir. Não gosto da ideia de jogar a responsabilidade da minha felicidade nas costas de outros alguens; isso deixa qualquer relacionamento pesado demais.
O maior problema é que sentir falta, implica e dá a certeza de que ainda não estou no controle da minha própria vida. Isso me deixa #chatiada.
Alguém inteligente usaria a palavra   D E S V E N C I L H A R 

O que eu tento fazer nessas horas tristes de dor e dúvidas, é relembrar os motivos e entender tudo de novo.
Não costumo fingir o que não sinto. Desabafo quando preciso. Sei que não erramos e que só existe o futuro pela frente. Sei disso tudo. E o peso das memórias tende a diminuir... Não é uma questão simples de virar a página, é coragem de escolher e trocar de livro mesmo.


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