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22 setembro, 2010

Sísifo e Ela

Se fosse pra associar essa fase da minha vida a alguma figura mitológica, eu a associaria a de Sísifo - por toda a eternidade Sísifo foi condenado a rolar uma grande pedra de mármore com suas mãos até o cume de uma montanha, sendo que toda vez que ele estava quase alcançando o topo, a pedra rolava novamente montanha abaixo até o ponto de partida por meio de uma força irresistível. Por esse motivo, a tarefa que envolve esforços inúteis passou a ser chamada "Trabalho de Sísifo"
Mas aí faria alguns ajustes, consentâneos a portentosa criatividade do momento em que me encontro: seria um Sísifo que sempre levaria a pedra de volta ao cimo da montanha, depois de o destino jogá-la montanha abaixo, mas que em cada uma de minhas penosas subidas, veria por bem colocar a pedra em lugares diferentes, imprevisíveis (?), quem sabe pra confundir, driblar - ou, simplismente, encher o saco desse mesmo destino. Eu seria um Sísifo ainda mais desaforado, que levanta, é derrubado, levanta de novo, leva outra rasteira, volta a se aprumar cambaleando, de novo firma o passo e até pode se esquecer de sacudir a poeira, mas, de qualquer jeito, dá a volta por cima.

Uma primeira decisão errada foi a primeira dos trágicos descuidos de uma garota exepcional, que viveu como poucos sentindo raiva, inteligência e dor, levou às ultimas consequências o próprio orgulho, construiu e perdeu, reconstruiu e perdeu, reconstruiu e sucumbiu a paixões, cometeu erros desastrados, mas descobriu energias internas - quem sabe herdadas de um Pai Celeste inesquecível - que transformaram sua vida até aqui num milagre de contínua renascença.

Essa sou eu agora.
E ser tão dolorosamente frágil e finita, quanto imensamente forte e extensa, pode levar a concluir que eu tenha exagerado em minha auto-definição, mas foi só pra ilustrar a ideia de quem afirmou que 

VIVER NÃO É TAREFA PARA AMADORES.

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