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11 abril, 2014

Você me diz sem abrir a boca

que a minha loucura é pouca, lenta, pobre, falsa. 
E você ri. 

Desculpa por citar grandes artistas e perdoa por continuar aqui, por não seguir adiante. Perdoa por minha vida ser como o inferno de Dante e não a utopia socialista de Marx. 
Desculpa por ser meu peito esse abismo. Por não aceitar o futuro. Por não correr. Por sempre estar um passo atrás, perdoa. 

É que a minha alma tem essas divisões, essas faces distintas como os heterônimos de Pessoa. Esse amargo da vida me cegou, Saramago explicou e eu não entendi. Ou fingi. Já não sei. Já não me basta tentar, amar, cantar. Viver como diz a canção... não me adoça a poesia de Drummond. 
Tô numa guerra, meu bem. Sou um grande tanque e já não me basta a ironia instigante do velho Hank. Nada mais me anima. Nada me faz. Sou. E ao ouvir a guitarra do beatle Paul, existo. Respiro, insisto. 
Desculpa por citar grandes artistas!
Minha vida é o último ato de uma peça num teatro abandonado baseada em som e fúria... Como diria Shakespeare.

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