Ah, chuva idiota. Por sua culpa acabou a energia e minha televisão queimou. Agora não há muito o que se fazer. Pelo menos não para pessoas como eu que não gostam de sair. Para essa noite fria, restou-me um belo copo de Coca-cola com algumas pedras de gelo e minha velha cadeira de balanço na varanda. Sempre preferi uma boa leitura em sossego do que um lugar cheio de pessoas vazias enchendo a cara ao som de uma música infernal. Percebi que não estava muito bem. Tentei me convencer que era por causa do dia estressante que eu havia tido, mas não, eu sabia muito bem que o que apertava meu coração era a vontade de ter uma companhia, de ter você; não só para noites como aquela, mas sim para uma ou quem sabe até duas vidas inteiras.

Deixei Licia Troisi na mesa e resolvi deitar um pouco em minha cama. O barulho do vento viera me acalmar e assim pude reparar pela janela ainda embaçada que a intensidade da chuva havia diminuído. Levantei para abrir o vidro e olhando mais atentamente em meio a aquela garoa fina, uma única estrela brilhava quase que imperceptível no céu, no entanto por alguns segundos, ela tomou toda a minha atenção. Por um momento eu imaginei que aquela estrela era você, não só pelo fato de ela estar a me fazer companhia, ela tinha algo especial e único. Um destaque, uma luz, um pontinho de felicidade no meio da bagunça e da escuridão. A calma depois de uma tempestade, um sorriso em meio as lagrimas do céu.
É assim que a gente aprende a dar valor as coisas simples. Se não fosse a chuva, eu não teria dado importância para a estrela e assim não teria a certeza de que te quero como nunca quis algo ou alguém.
gosti*
ResponderExcluirLegal! :)
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