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12 agosto, 2013

Não se admire.

E a verdade é que eu não sou, é isso que eu queria dizer: Eu não sou diferente. 
Eu gosto de livros, todo mundo sabe que eu gosto — eu amo —, mas nunca vou ficar encarregada de um livro porque as minhas ideias são imbecis e eu sou ruim da cabeça. Não tem nada de diferente nisso, nada de fascinante, de interessante, que valha a pena conferir. O meu cabelo é normal e os meus olhos são dã. O meu corpo é um nada. Estou 'acima do peso' e a minha boca é fina demais. As minhas roupas são simples, as minhas piadas são forçadas e complicadas e ninguém mais ri. Eu falo demais, não sei dizer a coisa certa para fazer as pessoas gostarem de mim, só fico quieta e estranha, sei lá.
Eu sou sorrateira mas sempre me pegam, eu finjo mal, eu nunca concordo com quem mente e me acho a esperta. Falo para as pessoas que cozinho bem, mas gostar de uma coisa não te faz ser boa nela. Eu beijo pensando coisas boas, gosto de ficar perto das pessoas que nem uma idiota. Eu amo que nem uma tola, uma comédia romântica barata classe Z. Eu não sou romântica, não sou miolo mole. Eu não sou alguém que todo mundo devia conhecer. 
Eu não sou diferente, nem um pouco, diferente de nadinha nesse mundo. Eu não sou nada, nadica. Que idiotice pensar que eu seria outra coisa, como se ganhar beijos me transformasse em beijável, como se abraçar me fizesse confortável, algum tipo de café ou de aquecedor... como se gostar de livros fizesse de mim escritora. 
E tudo continua muito bem. Talvez só por isso eu seja diferente. Por achar que a vida, sabe.. é boa. Ver alguém que você ama sorrindo significa alguma coisa. Um momento de gentileza é uma vida melhorada. Não é uma catástrofe pensar assim.

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