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09 novembro, 2012

O sonho

Eu avisei ontem.

Foi assim:
Do nada, estávamos entrando numa casa juntos. Sentamos na cozinha sem falar muito. Ele me ofereceu coca, mas eu não quis (e aí eu me convenci de que estava sonhando), então ele se serviu.
"Posso perguntar uma coisa, 'V'?"
"Claro."
"Você é gay?"
"Não, Polly, não sou gay. E você?"
"Não."
Fiquei encarando o copo vazio.
"O que aconteceu com a sortuda que não sei o nome?"
"Lari. Ela está dormindo. Ou saiu para algum lugar. Na verdade, não sei. E também não ligo, para ser sincero."
"Ah, 'V', você está falando isso por falar."
"Não, de verdade, Tô pouco me lixando pra Lari."
"Vocês brigaram"
"Nós terminamos."
"Vocês só brigaram, 'V'."
Teve algo emocionante-chato nessa parte de tentar convencê-lo de que estava tudo bem no relacionamento dele.
"Posso dormir com você essa noite?", perguntei.

Ele piscou.
"Você quer dormir comigo?"
"Quero."
"Você não quer dizer dormir na mesma hora que eu, está dizendo na mesma cama que eu?"
"Por favor."
"Polly..."
"A gente pode só ficar deitado juntos. Não me faça implorar de novo, 'V'. Faz muito mal para o ego de uma mulher."
"Mas faz muito bem para o de um homem"
"Ah, cala a boca! Vou deixar você em paz agora."
Daí fomos para a cama.
Eu fiquei de roupa e ele também. Ficamos deitados lado a lado na cama, olhando pro teto durante um tempo, então ele pegou minha mão.
"No que está pensando?"
"Em nada."
"Ah, não pode ser."
"Não sei. Apenas pensando."
"Está pensando na Lari?"
"Entre outras coisas..." Ele apertou minha mão. "Mas vamos falar a verdade, não dá mais com ela."
"Ela gosta de você."
Ele sorriu. Não podia evitar.
No sonho, eu acordei, mas ainda estava sonhando.
Ele estava sentado olhando para mim. Sorrindo.
Depois estávamos andando num parque, ficando um pouco de mãos dadas, depois soltando as mãos.
"Obrigada 'V'.
"Obrigado pelo quê?"
"Por não tentar nada comigo ontem à noite."
"De nada. Obrigado por me agradecer."
"Ah, cala a boca."
"Não, sério, eu achei legal mesmo."
"Besteira."
"Você acha que eu quero namorar com você?"
"Não sei, 'V'. Não vou tentar adivinhar o que você quer da sua vida."
Ele pegou minha mão.
"Ah, seja homem, 'V'."
"Eu mostro como sou homem com você?"
"Assim já me agrada mais."
Nos beijamos uma vez.

Acordei.

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